quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Entorse do Joelho





Entorse do Joelho
            As estruturas mais afetadas numa lesão deste tipo ao nível do joelho são, os ligamentos colaterais, lateral e medial e os cruzados, posterior e anterior.
           
Estrutura
Mecanismo de lesão
Ligamento Colateral Medial
(LCM)
Stress em valgo (contacto) ou força rotacional externa com a perna fixa ao solo. Muitas vezes ligada com a lesão do LCA
Ligamento Colateral Lateral
(LCL)
Stress em varo (contacto) ou força rotacional interna com a perna fixa ao solo.
Ligamento Cruzado Anterior
(LCA)
Mecanismo de pivô/giro sem contacto enquanto o pé é fixo ao solo, hiperextensão sem contacto, desaceleração súbita, rotação interna forçada, impacto em valgo súbito.
Ligamento Cruzado Posterior
(LCP)
Traumatismo direto na face anterior do joelho.
                                              
            A entorse com maior frequência é a da tibio-társica tal como referimos em outro artigo publicado http://vermarsaude.blogspot.pt/2011/11/entorse-da-tibio-tarsica.html.
            A entorse do joelho também é muito frequente, tendo a sua incidência aumentado de acordo com o aumento do número de praticantes e o aumento das exigências das modalidades desportivas. Nesta articulação o sexo mais lesado também é o masculino, por influência de características anatómicas como uma menor anteversão femoral, menor ângulo Q, menor flexibilidade, maior massa muscular, intercondilos femorais mais largos, uma tendência fisiológica para o joelho varo, bem como a rotação interna ou neutra da tíbia.

Lesões ligamentares do joelho:

Objetivos do tratamento conservador das lesões ligamentares:
  Recuperar a amplitude de movimento Normal
  Recuperar o controlo do equilíbrio
  Recuperar a estabilidade articular
  Recuperar a normalização da marcha
  Fortalecimento muscular
            O tratamento conservador das entorses ligamentares do joelho é sobretudo baseado no repouso, proteção da articulação e exercício. Após a fase aguda o fisioterapeuta poderá recorrer a outras técnicas, nomeadamente MTP que numa fase inicial deverá ser suave, mobilizando o ligamento sobre o osso, inibindo assim a formação de adesões. O fisioterapeuta não deve forçar a articulação para a frente e, só após a primeira semana é que a massagem pode ser mais profunda.

         Lesão do LCM

Com exceção dos casos crónicos, o tratamento é imobilização seguida de fricção profunda (após 2 ou 3 dias) em três locais, combinada com mobilização fisiológica levando a articulação a novos limites. As infiltrações com cortico-esteróides devem ser evitadas pois provocam laxidez ligamentar


            Ruptura do LCA

O tratamento conservador do LCA deve ser o mais precoce possível e é indicado a indivíduos sedentários que não estejam expostos a atividades que comprometam a integridade do ligamento, que consigam manter o seu estilo de vida evitando episódios de alto risco ou de instabilidade articular e que complementem o retorno á atividade aderindo a um programa de reabilitação.
            O plano de tratamento deve ser adaptado a cada situação particular, tendo em conta características pessoais de cada paciente, que condiciona o seu estado de evolução. Como tal é importante considerar as diferenças na cicatrização, evolução e na tolerância, o que implica uma contínua reavaliação (ás 14 semanas, 6 meses e 1 ano) no sentido de verificar a progressão do caso e, se necessário, adaptar o protocolo.

            Ruptura do LCP

É uma lesão menos frequente do que do LCA. O tratamento resume-se normalmente ao fortalecimento do quadricípite para que a gaveta posterior tenha alguma oposição, assim como uma reeducação proprioceptiva intensa.

Lesão nos ligamentos coronóides
Ligamento Coronóide medial MTP é o tratamento de eleição para este ligamento, quer se trate de fase aguda, sub-aguda ou crónica, com o joelho em flexão e rotação lateral para melhor expor o ligamento.
 

Critérios para retorno (progressivo) á atividade:
  Amplitude articular total e indolor
  Força e proprioceptividade para progredir nas atividades
  Sem evidência de irritação ligamentar
  Boa estabilidade nas atividades

Indicações gerais para cirurgia:

A cirurgia é indicada se o paciente não alcançar os objetivos funcionais do tratamento conservador ou se tem alterações visíveis de degenerescência articular. É recomendada também para lesões agudas isoladas do LCA e LCP em indivíduos recreativamente ativos. Quanto a lesões ligamentares crónicas o tratamento cirúrgico é sugerido caso o paciente desenvolva patologias secundárias, como lacerações de menisco, envolvimento de outro ligamento e degeneração da superfície articular.


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