terça-feira, 21 de agosto de 2012

Artrose



Artrose
Definição
            A artrose é uma doença articular, de etiologia não inflamatória, caracterizada por fenómenos degenerativos das cartilagens de revestimento das extremidades dos ossos que compõem a articulação. Aparece mais usualmente em pessoas com idade superior a 45 anos, sendo que a partir desta idade se torna mais prevalecente nas mulheres.
            A obesidade não é um fator de risco, mas torna os doentes com artrose mais sintomáticos.

Tipos
            Quando o fator que contribui para o stress articular é identificável, chama-se artrose secundária. Estes casos podem envolver jovens que sofreram lesão articular em desportos, acidentes de viação, traumas repetidos, entre outros. Também pode aparecer depois de outras manifestações patológicas, mas não obrigatoriamente provocando lesões nas articulações. As doenças que provocam artrose secundária são: gota, algumas doenças do sistema nervoso, doenças do sangue, entre as quais hemofilia.  Quando não há nenhuma etiologia detetável chama-se artrose primária/ idiopática.

Artrose do Joelho (Gonartrose)
            É a mais frequente de todas as localizações artrósicas e uma das afecções mais frequente de todo o aparelho locomotor.
            Aparece com maior frequência na mulher, na proporção de 3 para 1 sobre o homem, a partir dos 40 anos, especialmente na altura da menopausa.

Sinais e Sintomas
            O começo da sintomatologia é geralmente lento e insidioso. Aparece uma dor, que ao princípio pode ser moderada e de localização difusa e pouco precisa. É provocada geralmente por algumas acções concretas como o começo da marcha, o levantar de uma cadeira, subida ou descida de escadas, marcha por terreno acidentado e a permanência de pé durante algum tempo. Esta dor costuma acalmar com o repouso. Outro dos sintomas iniciais da artrose tibio-femural é a redução da hiperextensão do joelho. Na posição de hiperextensão do joelho, a linha de apoio normalmente passa à frente do centro do joelho, sendo a estabilidade da articulação mantida pela tensão dos ligamentos laterais e da cápsula posterior, sem que o quadricípete tenha de contrair-se. Com o aparecimento da artrose pode haver uma retracção da cápsula posterior e dos ligamentos laterias. Nesta situação a linha de apoio passa por detrás do centro da articulação e o quadricípete tem de contrair durante a posição de pé e a marcha, o que conduz a uma sensação de cansaço. Isto leva à instabilidade e à dor, que na artrose tibio-femural é mais frequente a descer escadas e na artrose patelo-femural é mais frequente ao subir. Outro dos sintomas do começo desta última forma é a dor ao permanecer sentado com o joelho flectido.
            Todos estes sintomas vão piorando em fases mais avançadas da doença. A dor é cada vez mais persistente, não acalmando nem com o repouso. A sensação de instabilidade e insegurança é cada vez maior, pudendo aparecer bruscamente em algumas situações uma sensação de claudicação que pode provocar a queda. A descida de escadas é mais difícil. A rigidez é especialmente notória ao levantar de manhã e ao iniciar a marcha depois de ter permanecido algum tempo sentado.
            A inspecção revela um aumento do volume do joelho, que no princípio é devido ao edema periarticular, sendo originado nas fases avançadas por uma hipertrofia óssea e do tecido adiposo.
            A palpação demonstra a existência de pontos dolorosos ao nível da inter-linha articular externa ou interna, na inserção dos tendões da pata de ganso e na parte superior da região poplítea. Pode ver-se em alguns casos a existência de um derrame em ambos os lados da rótula.
            A mobilização pode revelar o início da limitação da flexão do joelho, que é dolorosa nos últimos graus. A extensão completa fica limitada mais tarde, o que comporta uma maior gravidade.
            Por outro lado, a mobilização passiva da rótula sobre a tróclea do fémur provoca, às vezes, dor e uma sensação de crepitação.
            Como complemento pode proceder-se à medição e avaliação do quadricípete, que às vezes, se encontra atrofiado; procura de alterações estáticas dos membros inferiores; exploração dos pés, estado vascular dos membros, etc.

Artrose da Coxa (Coxartrose)

Sinais e sintomas
            Dor: No caso de coxartrose, a dor, localizada essencialmente na virilha, mas podendo irradiar para a coxa, é agravada pela carga e pelo movimento da anca, caso este seja excessivo, mas também aparece no repouso, incluindo o sono. Normalmente vai-se agravando com o progredir da artrose. A dor pelo movimento é máxima: no início da marcha; ao levantar de uma cadeira; ao retomar o caminho depois de uma pausa.
            Perda de mobilidade/ limitação do movimento/ rigidez:
·         Flexão: incapacidade progressiva de alcançar o pé para calçar a meia e o sapato anteriormente ou cortar as unhas.
·         Abdução: a sua limitação dificulta a utilização do bidé ou o acto sexual.            
·         Crepitação: Aumento do atrito entre as superfícies articulares.
·         Claudicação: Resulta da limitação da mobildiade e da tentativa antálgica de limitar a passagem de carga para o membro afectado.
·         Marcha de Trendelenburg - caracterizada por fraqueza do médio glúteo.
            Sinais inflamatórios (mínimos, mas com exacerbações)
·         Modo de sentar alterado: Os doentes com anca rígida sentam-se de viés, no caso dos homens com o lado lesado na beira da cadeira e o membro inferior estendido para a frente, ou no caso das mulheres, com o joelho agudamente flectido.
            Sinais radiográficos comuns: estreitamento da interlinha articular; condensação subcondral; geodes (quistos ósseos); osteófitos.

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