segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Doença de Parkinson




A doença de Parkinson (DP) foi primeiramente descrita por James Parkinson em 1817. É uma doença neurológica degenerativa, incurável e progressiva. É uma desordem cerebral que se manifesta devido á perda de neurónios que produzem o neurotransmissor dopamina (neurónios dopaminérgicos) na substância negra. A dopamina é um mensageiro químico responsável pela coordenação motora.
Esta patologia tem como consequência uma série de danos motores. Podem também ocorrer algumas manifestações não motoras, tais como:
·         Comprometimento da memória;
·         Depressão;
·         Alterações do sono;
·         Distúrbios do sistema nervoso autónomo.

É uma doença do envelhecimento, com uma prevalência gradualmente maior a partir dos sessenta anos de idade. A doença de Parkinson é a segunda doença neurodegenerativa mais comum nos idosos, a seguir à Doença de Alzheimer, atingindo aproximadamente 1% da população mundial com idade superior a 65 anos e prevê-se que os valores da incidência e da prevalência tendam a aumentar significativamente, nas próximas décadas, com o envelhecimento da população.
Segundo a Associação Portuguesa de Doentes de Parkinson estima-se que, em termos globais, entre 12000 a 15000 pessoas sejam afetadas pela doença em Portugal.

A etiologia da DP ainda não está bem estabelecida, sendo por isso também designado por Parkinsonismo idiopático, encontrando-se associadas á doença
diferentes possíveis causas do seu aparecimento, nomeadamente, causas de teor bioquímico, fatores ambientais e genéticos.
A hipótese que é consensualmente melhor aceite, atualmente, corroborada por estudos com grande número de pacientes, é de que a DP é uma doença multifactorial com determinantes genéticos, ambientais e relacionados com o envelhecimento.

Sinais e Sintomas

·        Rigidez

A rigidez consiste num aumento do tónus muscular, identificada como uma resistência ao movimento passivo aumentada em todos os músculos, semelhante a um obstáculo a passar por uma roda dentada (“sinal da roda dentada”) e, normalmente, é o primeiro sinal a manifestar-se.
Decorre da facilitação direta dos neurónios motores alfa por parte do neurónio motor superior. Na rigidez, a estimulação do sistema nervoso causa a contração ativa do músculo, aumentando diretamente a resistência ao movimento.
Muitas vezes a rigidez é assimétrica.
·          Hipocinésia (Bradicinésia)

Manifesta-se pela diminuição da velocidade e das amplitudes de movimento ativo e ausência de movimentos automáticos, incluindo a expressão facial e a oscilação normal do braço durante a marcha.
Pode estar relacionada à menor capacidade de controlar a produção de força dos músculos. As pessoas com Doença de Parkinson correm maior risco de sofrerem quedas, devido à sua incapacidade de gerarem uma atividade muscular adequada rapidamente. As suas correções posturais podem ser demasiado lentas para serem úteis.
É detetada muitas vezes pelos familiares e referida nas consultas: “Acho-o(a) muito parado(a)”.
·         Tremor em repouso

Tremores são movimentos rítmicos involuntários dos membros, produzidos por contrações de músculos antagonistas.
O tremor das mãos é proeminente quando estas estão em repouso e diminui durante o movimento voluntário. Além disso, tem uma frequência de 3-6 por segundo e tende a afetar as mãos e os pés.
Contudo, alguns indivíduos com esta patologia não apresentam tremores no quadro clínico.
·         “Congelamento”

Este sintoma consiste em episódios nos quais os movimentos cessam abruptamente, interrompendo frequentemente a marcha ou qualquer outra atividade funcional.
·          Alterações da perceção visual

Déficits no uso de informações visuais para guiar os movimentos.
·         Instabilidade postural

É secundária à extrema rigidez dos flexores e extensores posturais.
Torna-se um problema grave à medida que a doença progride.
·         Outros sintomas:

- Amimia (hipomimia)  falta ou diminuição da expressão facial.
- Micrografia
- Seborreia
- Sialorreia
- Sudorese marcada
- Obstipação
- Disfunção do foro urinário
- Artralgias
- Depressão - pode preceder os outros sintomas; é devida à degenerescência dopaminérgica pontomesencefálica e do lobo frontal.
- Defeito cognitivo - acompanha a doença nas fases mais avançadas.
- Alterações do sono - ocorrem em 70% a 98% dos casos de Parkinson e podem ser:
Dificuldade em adormecer.
Acordar frequentemente.
Sonolência diurna.
Alucinações.
Confusão mental durante a noite.
Desconforto e dor nos membros inferiores.

Estágios da Doença de Parkinson

 Estágio 1

Sinais e sintomas unilaterais, tipicamente tremor brando de um membro.

Estágio 2

Sinais bilaterais, postura e marcha afetadas; mínima incapacidade.

Estágio 3

Disfunção generalizada moderadamente grave; lentidão importante dos movimentos do corpo; início de comprometimento do equilíbrio na marcha.

Estágio 4

Sinais graves: capaz de andar numa extensão limitada; rigidez; bradicinésia; incapaz de viver sozinho.

Estágio 5

Extrema perda de peso; não é capaz de ficar em pé ou andar; necessita de cuidados de saúde  constantes.

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