Entorse do Joelho
            As
estruturas mais afetadas numa lesão deste tipo ao nível do joelho são, os
ligamentos colaterais, lateral e medial e os cruzados, posterior e anterior.
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Estrutura 
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Mecanismo
  de lesão 
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Ligamento
  Colateral Medial 
(LCM) 
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Stress
  em valgo (contacto) ou força rotacional externa com a perna fixa ao solo.
  Muitas vezes ligada com a lesão do LCA 
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Ligamento
  Colateral Lateral 
(LCL) 
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Stress
  em varo (contacto) ou força rotacional interna com a perna fixa ao solo. 
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Ligamento
  Cruzado Anterior 
(LCA) 
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Mecanismo
  de pivô/giro sem contacto enquanto o pé é fixo ao solo, hiperextensão sem
  contacto, desaceleração súbita, rotação interna forçada, impacto em valgo
  súbito. 
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Ligamento
  Cruzado Posterior 
(LCP) 
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Traumatismo
  direto na face anterior do joelho. 
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            A entorse com maior
frequência é a da tibio-társica tal como referimos em outro artigo publicado http://vermarsaude.blogspot.pt/2011/11/entorse-da-tibio-tarsica.html.
            A entorse do joelho também é muito
frequente, tendo a sua incidência aumentado de acordo com o aumento do número
de praticantes e o aumento das exigências das modalidades desportivas. Nesta
articulação o sexo mais lesado também é o masculino, por influência de características
anatómicas como uma menor anteversão femoral, menor ângulo Q, menor
flexibilidade, maior massa muscular, intercondilos femorais mais largos, uma
tendência fisiológica para o joelho varo, bem como a rotação interna ou neutra
da tíbia.
Lesões ligamentares do joelho:
Objetivos
do tratamento conservador das lesões ligamentares:
  Recuperar
a amplitude de movimento Normal 
  Recuperar
o controlo do equilíbrio 
  Recuperar
a estabilidade articular
  Recuperar
a normalização da marcha 
  Fortalecimento
muscular 
            O tratamento conservador das
entorses ligamentares do joelho é sobretudo baseado no repouso, proteção da
articulação e exercício. Após a fase aguda o fisioterapeuta poderá recorrer a
outras técnicas, nomeadamente MTP que numa fase inicial deverá ser suave,
mobilizando o ligamento sobre o osso, inibindo assim a formação de adesões. O
fisioterapeuta não deve forçar a articulação para a frente e, só após a
primeira semana é que a massagem pode ser mais profunda.
Lesão do LCM
Com exceção dos casos
crónicos, o tratamento é imobilização seguida de fricção profunda (após 2 ou 3
dias) em três locais, combinada com mobilização
fisiológica levando a articulação a novos limites. As infiltrações com
cortico-esteróides devem ser evitadas pois provocam laxidez ligamentar. 
Ruptura do LCA
O tratamento conservador do LCA deve ser o mais precoce
possível e é indicado a indivíduos sedentários que não estejam expostos a atividades
que comprometam a integridade do ligamento, que consigam manter o seu estilo de
vida evitando episódios de alto risco ou de instabilidade articular e que
complementem o retorno á atividade aderindo a um programa de reabilitação.
            O plano de tratamento deve ser
adaptado a cada situação particular, tendo em conta características pessoais de
cada paciente, que condiciona o seu estado de evolução. Como tal é importante
considerar as diferenças na cicatrização, evolução e na tolerância, o que
implica uma contínua reavaliação (ás 14 semanas, 6 meses e 1 ano) no sentido de
verificar a progressão do caso e, se necessário, adaptar o protocolo.
Ruptura do LCP
É uma lesão menos frequente
do que do LCA. O tratamento resume-se normalmente ao fortalecimento do
quadricípite para que a gaveta posterior tenha alguma oposição, assim como uma
reeducação proprioceptiva intensa.
Lesão nos ligamentos coronóides
Ligamento Coronóide medial MTP
é o tratamento de eleição para este ligamento, quer se trate de fase aguda,
sub-aguda ou crónica, com o joelho em flexão e rotação lateral para melhor expor
o ligamento.
Critérios
para retorno (progressivo) á atividade:
  Amplitude
articular total e indolor
  Força
e proprioceptividade para progredir nas atividades
  Sem
evidência de irritação ligamentar
  Boa
estabilidade nas atividades 
Indicações gerais para cirurgia:
A cirurgia é indicada se o
paciente não alcançar os objetivos funcionais do tratamento conservador ou se
tem alterações visíveis de degenerescência articular. É recomendada também para
lesões agudas isoladas do LCA e LCP em indivíduos recreativamente ativos.
Quanto a lesões ligamentares crónicas o tratamento cirúrgico é sugerido caso o
paciente desenvolva patologias secundárias, como lacerações de menisco,
envolvimento de outro ligamento e degeneração da superfície articular.






